quarta-feira, março 07, 2012

Fátima Bernardes Publicitária ?



  Não é isso que você está pensando, o escritor deste texto irá nos explicar o porquê deste título.

  Estava na última fileira de cadeiras, a uns 40 metros de distância, mas, nem de longe, aquela luzinha no palco se parecia com a Fátima Bernardes que conheço. A jornalista que por 13 anos esbanjou seriedade à frente do Jornal Nacional vestiu-se quase como uma executiva comercial. Na festa da Globo, realizada nessa segunda-feira, em São Paulo, ninguém vendeu tanto quanto ela.
 Fátima abriu seu discurso citando Franklin Roosevelt, o presidente norte-americano que enfrentou Hitler ao lado dos soviéticos e ingleses. "Se não fosse político, gostaria de ser publicitário", parafraseou ela para enaltecer e homenagear os grandes da propaganda que lá estavam, entre eles Roberto Justus, Sergio Valente, Orlando Marques, Hugo Rodrigues e Luiz Lara.
     Elogios à emissora não faltaram, obviamente. "Audiência não é uma obsessão para nós", "fazemos jornalismo pensando apenas no público" e "temos qualidade artística, rigor editorial e credibilidade" foram frases de efeito. Assim como a criação, o criador também foi lembrado. Da boca de Fátima o público soube que Roberto Marinho atribuía o sucesso de seu grupo a dois fatores principais: à publicidade, e suas agências, e ao jornaleiro, fiel vendedor e companheiro de bancas.
    Outro publicitário foi parafraseado na noite passada. Jerry Della Femina, famoso na década de 1960, brincou certa vez ao dizer que "a propaganda é a coisa mais divertida para você fazer enquanto ainda estiver... vestido". Fátima citou a frase com propriedade, ainda que ela mesma não trabalhe com propaganda. Ficou evidente o quanto ela quer agradar a classe com quem, pelo menos por profissão, não tinha contato direto até agora. Até agora.
    Há três meses ela enche o Brasil de curiosidade sobre seu novo programa, que só virá na metade do ano. Especula-se que a apresentadora atuará em ações de merchandising na nova atração, aos poucos, para não chocar o público acostumado com sua figura jornalística. Isso explica o discurso, oras. Afinal, conforme disse o próprio diretor-geral da Globo, Octávio Florisbal, este é o sonho de Fátima há 4 anos. E não é bom brincar com coisa séria.
Por Marcelo Gripa

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